Agora que cheguei ao fim da semana intensiva de estágio, trago dentro de mim a certeza de que, apesar de terem sido somente 5 dias, estes contribuíram grandemente para a minha formação pessoal. Estou convicto de esta ter sido uma das melhores experiências que já vivi, devido a muitas razões: o facto de esta ser (cada vez mais) a profissão que eu quero envergar; por ter entrado pela primeira vez num jardim de infância, assistido e colaborado no decorrer das actividades; por ter ficado num agrupamento de escolas pertencentes à minha cidade e por isso sentir que aprendi ainda mais sobre a minha "casa".
1º Dia - Visita à EB 2,3 Pedro D'Orey da Cunha (Damaia)
O primeiro dia de estágio. Algum nervosismo pairava no ar entre todos, se bem que nervosismo talvez não seja a palavra mais apropriada. Troco-a por ansiedade. Fomos bastante bem recebidos pelos professores locais, que não se pouparam em esforços para nos dar a conhecer a organização escolar, os projectos e parcerias com outras instituições em que se encontram inseridos. Neste primeiro dia, apenas a lamentar a falta de oportunidades para observar in loco uma aula do 2º ciclo. Apenas tivemos a oportunidade de observar uma aula do 7º ano dedicada à entrega dos testes.
2º e 3º Dia - EB/JI Alice Vieira (Buraca)
As expectativas para estes dias estavam bem mais elevadas que as criadas para o dia anterior. A razão disso acontecer, tinha a ver com o facto de irmos observar uma sala de jardim de infância. Chegámos perto das 9 horas, coincidindo com a hora a que geralmente os pais vão deixar as suas crianças. Conhecemos a professora Açucena, uma educadora muito prestável que nos acompanhou durante os dois dias em que lá estivemos, dando a conhecer os diferentes espaços que a escola dispôe, bem como do perfil da sua turma à medida que as crianças iam chegando.
A sala Azul, o nome da nossa sala, tinha 21 crianças com idades compreendidas entre os 4 e os 6 anos. Conhecemos o "terrorista" Luís António e o seu inseparável amigo Tiago, as bonitas Beatriz e Paula, ou ainda heartbreaker Bernardo: "Eu estou a ficar apaixonado por aquela!"(apontando para uma colega minha). No entanto, a minha atenção foi direccionada para o Ousmane, um menino senegalês que veio para Portugal em Janeiro deste ano, mas que fala um português de fazer inveja a muitos meninos portugueses da sua idade. E é um senhor em ponto pequeno, demonstrando uma enorme disciplina e respeito por si e pelos outros.
4º e 5º Dia - EB/JI Cova da Moura (Damaia)
Como o nome da escola dá a entender, esta é uma escola que funciona no interior do problemático bairro da Cova da Moura. Combinámos na escola onde havíamos estado no primeiro dia de estágio, de modo a ser conduzidos por um responsável da escola na subida para o bairro.
Vivo paredes-meias com o bairro da Boba, e é raro o dia em que não passo ao lado da Quinta da Lage ou o de Santa Filomena, mas admito que o bairro da Cova da Moura é aquele bairro que impõe muito respeito a qualquer um, e eu não fui excepção. Tanto mais que eu era o único rapaz num grupo de 5 pessoas, não contanto com o homem que nos ensinou o caminho para lá.
Já no cimo do bairro, começamos uma descida íngreme que nos leva à escola. Ao fundo da rua é possível ver dois homens encostados à parede e a serem revistados pela polícia, uma imagem que dificilmente esquecerei, ali tão perto de um local em que cerca de 250 crianças crescem e aprendem para um dia mais tarde serem bons homens e mulheres.
Estes dois últimos dias de estágio foram os mais fortes, psicologicamente falando. E eu já sabia de antemão que muito provavlemente o iriam ser. Esta é uma belíssima escola, capaz de fazer frente a muitas outras escolas situadas em ambientes bem menos inóspitos, capaz de fazer esquecer por completo o mundo que fica para lá dos portões da escola. Conhecemos crianças carenciadas, mas com uma enorme vontade de aprender. Reencontrei o David, a criança mais problemática do meu praia-campo do ano passado, e gostei bastante de o ver e saber como está o pequenino Samuel e o irmão mais velho, o Cláudio. Gostei de conhecer o refeitório que nos oferece uma vista maravilhosa e única da Amadora, Odivelas, Lisboa e que vislumbra ao longe Loures. Gostei de abraçar cada criança que veio ao meu encontro em busca de um momento de afecto e de pertença, de ajudar a Thaíssa a pintar os seus ovos da Páscoa, de ouvir o Rafael dizer "Eu nasci a gostar do Benfica!"; de ajudar as professoras a encher balões com semesnte no interior, para serem lançados para o céu pelas crianças de modo a marcar o começo da Primavera.
Vi crianças com o Magalhães na mão, enquanto os companheiros seguravam umas colunas que tocavam música via media player, vi outro com um leitor de dvd portátil na hora do recreio, recebi massagens capilares do Osmar, como consolo do meu cabelo ser pequeno e por isso não poder fazer umas tranças como as lindas tranças da Verónica, da Lara e de quase todas as meninas da turma do 1º ano que acompanhei.
Calhar em sorte no agrupamento de escolas da Damaia foi sem dúvida o melhor que podia ter acontecido para a minha semana intensiva de estágio de observação que, felizmente, conseguiu ir além da simples observação à interacção com as crianças. Saio desta semana com o coração cheio, de ter dado muito e recebido ainda mais de todas as crianças com que recordei as brincadeiras de escola, as fichas de avaliação, as pinturas na sala de aula, o aprender a ler e a contar. Porque esta é a vida que eu escolhi.
A música da semana está ligada a estes dias e por isso surge hoje no mesmo post. "Mika - "Any Other World".
1º Dia - Visita à EB 2,3 Pedro D'Orey da Cunha (Damaia)
O primeiro dia de estágio. Algum nervosismo pairava no ar entre todos, se bem que nervosismo talvez não seja a palavra mais apropriada. Troco-a por ansiedade. Fomos bastante bem recebidos pelos professores locais, que não se pouparam em esforços para nos dar a conhecer a organização escolar, os projectos e parcerias com outras instituições em que se encontram inseridos. Neste primeiro dia, apenas a lamentar a falta de oportunidades para observar in loco uma aula do 2º ciclo. Apenas tivemos a oportunidade de observar uma aula do 7º ano dedicada à entrega dos testes.
2º e 3º Dia - EB/JI Alice Vieira (Buraca)
As expectativas para estes dias estavam bem mais elevadas que as criadas para o dia anterior. A razão disso acontecer, tinha a ver com o facto de irmos observar uma sala de jardim de infância. Chegámos perto das 9 horas, coincidindo com a hora a que geralmente os pais vão deixar as suas crianças. Conhecemos a professora Açucena, uma educadora muito prestável que nos acompanhou durante os dois dias em que lá estivemos, dando a conhecer os diferentes espaços que a escola dispôe, bem como do perfil da sua turma à medida que as crianças iam chegando.
A sala Azul, o nome da nossa sala, tinha 21 crianças com idades compreendidas entre os 4 e os 6 anos. Conhecemos o "terrorista" Luís António e o seu inseparável amigo Tiago, as bonitas Beatriz e Paula, ou ainda heartbreaker Bernardo: "Eu estou a ficar apaixonado por aquela!"(apontando para uma colega minha). No entanto, a minha atenção foi direccionada para o Ousmane, um menino senegalês que veio para Portugal em Janeiro deste ano, mas que fala um português de fazer inveja a muitos meninos portugueses da sua idade. E é um senhor em ponto pequeno, demonstrando uma enorme disciplina e respeito por si e pelos outros.
4º e 5º Dia - EB/JI Cova da Moura (Damaia)
Como o nome da escola dá a entender, esta é uma escola que funciona no interior do problemático bairro da Cova da Moura. Combinámos na escola onde havíamos estado no primeiro dia de estágio, de modo a ser conduzidos por um responsável da escola na subida para o bairro.
Vivo paredes-meias com o bairro da Boba, e é raro o dia em que não passo ao lado da Quinta da Lage ou o de Santa Filomena, mas admito que o bairro da Cova da Moura é aquele bairro que impõe muito respeito a qualquer um, e eu não fui excepção. Tanto mais que eu era o único rapaz num grupo de 5 pessoas, não contanto com o homem que nos ensinou o caminho para lá.
Já no cimo do bairro, começamos uma descida íngreme que nos leva à escola. Ao fundo da rua é possível ver dois homens encostados à parede e a serem revistados pela polícia, uma imagem que dificilmente esquecerei, ali tão perto de um local em que cerca de 250 crianças crescem e aprendem para um dia mais tarde serem bons homens e mulheres.
Estes dois últimos dias de estágio foram os mais fortes, psicologicamente falando. E eu já sabia de antemão que muito provavlemente o iriam ser. Esta é uma belíssima escola, capaz de fazer frente a muitas outras escolas situadas em ambientes bem menos inóspitos, capaz de fazer esquecer por completo o mundo que fica para lá dos portões da escola. Conhecemos crianças carenciadas, mas com uma enorme vontade de aprender. Reencontrei o David, a criança mais problemática do meu praia-campo do ano passado, e gostei bastante de o ver e saber como está o pequenino Samuel e o irmão mais velho, o Cláudio. Gostei de conhecer o refeitório que nos oferece uma vista maravilhosa e única da Amadora, Odivelas, Lisboa e que vislumbra ao longe Loures. Gostei de abraçar cada criança que veio ao meu encontro em busca de um momento de afecto e de pertença, de ajudar a Thaíssa a pintar os seus ovos da Páscoa, de ouvir o Rafael dizer "Eu nasci a gostar do Benfica!"; de ajudar as professoras a encher balões com semesnte no interior, para serem lançados para o céu pelas crianças de modo a marcar o começo da Primavera.
Vi crianças com o Magalhães na mão, enquanto os companheiros seguravam umas colunas que tocavam música via media player, vi outro com um leitor de dvd portátil na hora do recreio, recebi massagens capilares do Osmar, como consolo do meu cabelo ser pequeno e por isso não poder fazer umas tranças como as lindas tranças da Verónica, da Lara e de quase todas as meninas da turma do 1º ano que acompanhei.
Calhar em sorte no agrupamento de escolas da Damaia foi sem dúvida o melhor que podia ter acontecido para a minha semana intensiva de estágio de observação que, felizmente, conseguiu ir além da simples observação à interacção com as crianças. Saio desta semana com o coração cheio, de ter dado muito e recebido ainda mais de todas as crianças com que recordei as brincadeiras de escola, as fichas de avaliação, as pinturas na sala de aula, o aprender a ler e a contar. Porque esta é a vida que eu escolhi.
A música da semana está ligada a estes dias e por isso surge hoje no mesmo post. "Mika - "Any Other World".
In any other world
You could tell the difference
And let it all unfurl
Into broken remenance
Smile like you mean it
And let youreself let go
Cos its all in the hands
Of a bitter bitter of man
Say goodbye to the world
You thought you lived in
Take a bow
Play the part
Of a lonely lonely heart
Say goodbye to the world
You thought you lived in
To the world you thought you lived in
I try to live alone
But lonely is so lonely
So human as I am
I had to give up my defences
So I smile and try to mean it
To make myself let go
Cos it's all in the hands
Of a bitter bitter man
Say goodbye to the world
You thought you lived in
Take a bow
Play the part
Of a lonely lonely heart
Say goodbye to the world
You thought you lived in
To the world you thought you lived in
Cos it's all in the hands
Of a bitter bitter man
Say goodbye to world
You thought you lived in
Take a bow
Play the part
Of a lonely lonely heart
Say goodbye to the world
You thought you lived in
Say goodbye to the world
You thought you lived in
Say goodbye to the world
You thought you lived in
Say goodbye to the world
You thought you lived in
Say goodbye to the world
You thought you lived in
To the world you thought you lived in
In any other world
you could tell the difference
1 comentário:
adorei este teu post!!! fico muito feliz por teres gostado da experiência. e isso nota-se na maneira como escreves sobre os miúdos!
baci, baci
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