quinta-feira, 12 de abril de 2007

A distância suficientemente boa

"Alguns de nós afirmam que gostam de pessoas: de viverem rodeados de família e amigos, de saírem em grandes grupos, de ter trabalhos em que o contacto e a comunicação com pessoas novas e diferentes todos os dias seja um mote, estimulante e bem-vindo.
Nos antípodas estão os outros, que dizem preferir os cães, que fogem de aglomerados e multidões, mas também de pequenas reuniões e visitas sociais e para os quais sair de casa, receber alguèm ou ter de fazer conversa são sacrifícios hercúleos e, ainda por cima, incompreensíveis.
Pelo meio destas formas de ser extremadas dispersam-se outras, que umas vezes se queixam da pressão e das solicitações a que são sujeitos, dos afazeres e dos compromissos que lhes retiram tempo e disponibilidade, e outras vezes choram amargurados a falta de amigos do peito, a ausência de convites estimulantes, a escassez de pessoas que os compreendam e os aceitem, o afunilamento relacional que a vida provoca e os próprios não conseguem contrariar.
É nesta faixa central, de longe a mais extensa, diferenciada e contraditória, que se produzem os discursos que ouvimos todos os dias e que espelham melhor aquilo que há de mais essencialmente ambivalente nos seres humanos.
Por um lado, queremos pessoas.
Queremos pertencer, ser do grupo, ter pares, reconhecer nos outros coisas nossas e partilhar com eles ideias ou projectos que não nos permitam, em nenhuma circunstância, a sensação de solidão e desamparo.
Por outro lado, queremos que essas pessoas apareçam e desapareçam em função das nossas necessidades e conveniências, que circulem em torno de nós e do nosso mundo, mas não nos invadam nem entrem abruptamente e sem autorização expressa no território que consideramos que é nosso por direito.
Queremos, simultaneamente, um espaço próprio e um espaço comum, sendo dado que o que tiver de ser comum deva ser definido por nós. Isto obviamente na maior das inocências, na mais simpática e crente expectativa de que seja possível um acordo e que outros compreendam e aceitem, sem mágoa nem distanciamento, as condições que propomos ou impomos como as certas e as adequadas. Esquecemo-nos que a proximidade e a distância e as formas de estar, ser e partilhar a vida são tão diferentes qunto as próprias pessoas. Que resultam de uma complexa rede de influências que, ao mesmo tempo que narram o próprio desenvolvimento, afirmam necessidades básicas difíceis de mudar e negociar porque estão inscritas na identidade de cada um.
Os que entendem isto safam-se.
Os que não entendem queixam-se das presenças e das ausências.

Isabel Leal(Professora de Psicologia Clínica no ISPA)

quarta-feira, 11 de abril de 2007

When you look at the trailler...

Olá a todos. Desaparecido desde o início do ano no que se refere à composição de "matéria" para este blog, a Páscoa renovou as minhas forças e eis que estou aqui outra vez em força, para vos tirar o sono com o tempo que vão gastar a ler os meus posts.

E volto falando de cinema. Na passada semana tive a oportunidade de ir com a minha senhora ao cinema e por ela estar a trabalhar até tarde coube a mim a tarefa da escolha do filme. A escolha recaiu sobre o novo filme de Hugh Grant com Drew Barrymore. Na realidade, nunca achei Hugh Grant uma actor fora de série, isto apesar de já ter feito filmes que eu vi e que no fim não me desapontaram. Mas este é sem dúvida marcante na sua carreira pois está fantástico no seu papel. Desempenha o papel de um elemento de um famoso grupo de seu nome "Pop" cujo maior sucesso foi a música "Pop Does my heart" na década de 90. Mas hoje, é apenas mais um triste famoso que fora esquecido como muitos outros. Drew surge na vida dele e irremediavelmente irá transformar o desajeitado e caricato cantor num novo músico, possuidor de coreografias fabulosas. Muito mais que um romance, muito mais que uma comédia, é sem dúvida um filme a não perder...no cinema, ou então é só esperar mais uns dias e certamente puderão ver em casa.



Outro filme que vi e que gostava de partilhar é "Diamante de Sangue". Este filme tem como uma das figuras principais Di Caprio, num papel bastante diferente daqueles a que nos habituou. A acção passa-se na Serra Leoa que tal como 90% dos países africanos vive em extrema pobreza. No entanto, este não é a realidade que é focada neste filme. Aborda a questão dos grandes magnatas de países desenvolvidos, que por intermédio de forças revolucionárias e rebeldes que perseguem a população em busca de escravos para a exploração de diamantes. É um filme fantástico, duro pela semelhança com a realidade que consegue produzir, que conta a história de m homem que se vê afastado da sua família, que irá travar uma luta juntamente com Di Caprio para fazer face ao tráfico de diamantes.