sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Estado da Nação

Voltou ao activo pela primeira vez em 2008 a selecção de todos nós. E não foi um bom regresso, como comprova o resultado final de 3-1 frente aos actuais campeões do mundo, a Itália. De facto, do pouco que vi do jogo, este é um resultado justo para uma equipa que não conseguiu criar oportunidades de perigo perante uma das melhores equipas a defender. Que a nossa selecção é feita de grandes, jovens e talentosos atletas como Quaresma, Nani ou C. Ronaldo
entre outros, isso ninguém pode negar. Mas acho que é na nossa maior qualidade que tem havido problemas. Sozinhos, estes jogadores não podem fazer o que se pede que uma equipa faça. As individualidades portuguesas quando estão em campo, e quando estão motivadas são capazes de fazer coisas estupendas, mas falta a Portugal ter o espírito combativo e a coesão que outras gerações tiveram anteriormente. Só assim poderão fazer boa figura no próximo Europeu.
Um outro reparo que quero registar em relação à selecção, é algo que já me "atormenta" à muito, que até já considero um caso crónico. Scolari conseguiu aolongo destes cinco anos no comando da selecção, revitalizá-la e torná-la numa das maiores potências da Europa e do mundo do futebol. Foi e é responsável pelo cada vez maior reconhecimento que Portugal recebe além-fronteiras e os portugueses só podem ficar contentes pelo seu grande trabalho. No entanto, há escolhas na selecção dos jogadores, particularmente uma, que eu tento, tento, mas não consigo perceber de todo. A baliza desde o início sempre foi entregue a Ricardo, na altura guarda-redes do Sporting. O banco de suplentes foi entregue a Quim, guarda-redes do Benfica. Ao longo dos anos, Ricardo foi sempre titular, e Quim jogava poucos minutos. O momento de maior fulgor do guarda-redes do Sporting terá sido provavelmente aquele desempate nos penalties com a Inglaterra no Euro 2004, em que decidiu defender sem luvas. Lembro-me de ter sido aclamado de herói nacional. Talvez por isso, no Mundial da Alemanha foi igualmente 1º opção de Scolari.
No entanto, Ricardo agora joga no Bétis, clube que anda por baixo na liga espanhola e que tem vindo a jogar constantemente para fugir à descida de divisão. Quim continua no Benfica, e luta (lutava) pelo campeonato português, rubricando grandes exibições pelo Benfica nas duas últimas épocas. Ora, a minha pergunta é: porque é que joga sempre o Ricardo quando o Quim está em melhor forma? Eacreditem, digo isto sem uma pinga de clubismo. Reconheço que a posição de guarda-redes é uma posição que não está nem deverá estar sujeita a mudanças frequentes, mas a verdade é que assim o Quim só vai "passear" quando é convocado por Scolari. Depois de ter visto os três golos sofridos contra a Itália, ainda mais defendo que a baliza deveria ser entregue, ou pelo menos testada por outros guarda-redes.

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