terça-feira, 10 de agosto de 2010

António Feio, para sempre

Por vezes chega a ser estranho como é possível nos sentirmos tão comovidos e tristes pelo partir de uma pessoa que conhecemos somente pelo seu trabalho na televisão, ou neste caso concreto, pelo teatro. Fiquei triste com a partida do Raúl Solnado; e mais recentemente com o súbito desaparecimento do cantor Beto, porque apesar de não os conhecer pessoalmente, gostava do trabalho deles e a dedicação que empregavam nas respectivas artes que representavam. A morte de António Feio deixa-me ainda mais "abalado". Não porque tenha sido um actor com uma carreira brilhante no mundo do teatro, da televisão ou até mesmo do cinema, mas sim pela força inesgotável e boa disposição com que encarou a sua doença. Certamente terão havido momentos de imensa dor, cansaço, de resignação perante os tratamentos ineficazes a que foi submetido mas nunca foi essa a imagem que transmitiu "cá para fora". E essa foi a maior arma que António Feio consegui ter a seu favor, pois foi a força de todos aqueles que gostavam dele - fosse família, fossem anónimos - que fez com que ele encarasse de modo diferente o seu longo calvário.


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